sexta-feira, setembro 30, 2011

Resenha Rock in Rio - Dia 25/09

ROCK IN RIO, O QUE FOI O DIA 25 DE SETEMBRO DE 2011!?

Um dia que começou com a animação de ver grandes bandas de metal juntas e também um dos poucos dias que prestam na edição atual do Rock in Rio se tornou um espetáculo mais do que o esperado, banhado a música boa, efeitos visuais e um bando de gente louca de preto.

Logo cedo muitos já aguardavam para entrar na Cidade do Rock em uma fila imensa, uma massa densa de cor preta se aproximava mais e mais do festival. Não, não falo de nuvens de chuva. O dia mais cheio do Rock in Rio até agora foi coberto por milhares de camisas pretas, fãs de música de peso e qualidade (em sua enorme maioria) que apesar da fila, da demora que alguns sofreram pra entrar e de outros problemas teve muitos mais pontos altos.

Talvez pelo fato de ser um domingo, todo o percurso até o festival foi muito tranquilo. A organização para as frotas de ônibus comuns não foi tão caótica quanto pensei que seria. Saindo do terminal da Alvorada ainda foi preciso andar um bom chão até os portões, e mesmo assim já se via fila. Passando a parte da fila, um ponto que eu gostaria de ressaltar foi a falta de segurança, pois ninguém foi devidamente revistado na porta, mal olharam mochilas e bolsos. Tão falha foi a segurança que até cocaína entrou no evento.

Voltando ao evento, além do problema da segurança, algo que já era de se esperar eram as filas. Logo no começo do evento já se formavam filas enormes nos Bob's e outros estandes. Mas como o importante mesmo era a música (e não confiscaram minha mochila na porta né), eu pouco me importei com isso.



Então que os shows começaram com os cariocas do Matanza abrindo o dia em uma puta apresentação, enlouquecendo o público logo na entrada da banda. Assim o show se prosseguiu com muitas rodinhas, gente pulando e cantando e se empurrando no maior estilo rock possível. Algumas músicas depois deu-se início às participações do Sunset, subiu ao palco a banda Mano Negra, fundada por Manu Chao, e juntos cantaram a música Letter To The Censors, depois subiu ao palco o rapper BNegão com a banda Seletores de Frequência tocando as músicas Qual É O Seu Nome? e A Verdadeira Dança Do Patinho, ambas as participações foram recebidas muito bem pelo povo que continuaram com tanta ou mais animação no show.

Voltamos ao show solo do Matanza e com muito mais energia que nunca! Com Odiosa Natureza Humana a banda começou uma trilha aos grandes clássicos! Em seguida veio a genial Clube Dos Canalhas, a inspiradora O Chamado Do Bar e a grande clássica da banda Ela Robou Meu Caminhão. Nem da para imaginar como estava a platéia né? Eufórica, extremamente agitada, pulando e cantando, seguindo com toda a animação de Eu Não Bebo Mais e é claro Estamos Todos Bêbados para todos os companheiros de bar e para encerrar o show a grande estilo terminaram com Interceptor V-6, e dando uma pequena amostra do que seria o resto do dia.

Continuando o dia tivemos Korzus no mais puro Thrash Metal acompanhados de The Punk Metal All Star banda que possui integrantes de grandes bandas do cenário thrash. O Korzus já começou enlouquecendo o público só com porrada no ouvido, pra só então o vocalista Marcello Pompeu saudar o público do evento. Acho que o que mais anima o show do Korzus é o incentivo a fazer moshes pelos próprios integrantes da banda, chegando até mesmo a dividirem a platéia em dois pólos para se colidirem no meio do show. Eles ainda fizeram participação com Mike Clark do Suicidal Tendencies, East Bay Ray do Dead Kennedys e com João Gordo, sendo esse último clamado por todos e apoiado em sua declaração (apesar de um pequeno erro de português né). Uma coisa eu posso dizer, só assistiu o show quem é true, porque os caras são brabos, pauleira mesmo e durante o show todo.

Então que subiu ao palco (com algum atraso) o Angra! Com uma intro emendada na Arising Thunder, single do mais novo cd, seguida de Angels Cry juntando todos da platéia em um grande coro e rodas punk. Uma pausa pra uma saudação do Edu Falaschi ao público e segue-se logo com Nothing To Say, música que mostra o potencial instrumental da banda muito bem. Mais uma música e Edu chama Tarja ao palco, para enfartar o público, saudando os milhares de metaleiros em português. O show volta com Spread Your Fire agora acompanhados da potente voz da Tarja nos coros da música e de um solo PHoda de violino de Amon Lima acompanhando a guitarra de Kiko Loureiro. E como anunciado antes, o Angra tocou uma música não ouvida em shows por volta de 15 anos, Wuthering Heights, cantada pela Tarja que na emoção do show deu uma esquecida básica na letra mas se recompôs com muita classe e talento. Uma música que na minha opinião não podia estar mais bem cantada.

Pra fechar a participação com o maior alto nível, uma música que não podia faltar para todos, The Phantom Of The Opera, num dueto incrível entre Tarja e Edu que levantou todos da platéia. Agora o momento comédia: a platéia pedindo Saint Seiya enlouquecidamente surpreendeu Edu na declaração "Até aqui, velho!" e uma garota sentada no ombro de alguém só de sutiã é flagrada pelas câmeras. Assim o show prosseguiu com Rebirth em mais um grande coro da platéia. Já anoitecendo, o Angra fez uma pequena intro emendada em Carry On onde rodinhas surgem freneticamente, ao final já iniciando Nova Era para finalizar. Assim, Edu reúne todos no palco para fotos e encerra o grande show que foi.

Infelizmente tiveram muitos problemas no som que geraram certo incômodo e, nas palavras de Edu, a equipe de som responsável foi demitida pelo mal trabalho que fizeram, apesar disso foi um show memorável. E, por mais que reclamem do vocal do Edu, tentam entrar no palco do Rock in Rio sabendo que o som está todo ruim e irritado com a situação.

Saindo do Palco Sunset para o Palco Mundo, tivemos Glória que tocou quase ao mesmo tempo que o Sepultura no Sunset devido aos atrasos e problemas já comentados, o que deve ter poupado muitas mortes de fãs do Glória (se é que existem). Pra vocês não reclamarem a única coisa que eu acho pertinente comentar do show deles foi um cover (mais ou menos) de Dominantion e Walk do Pantera porque de resto aconteceu o que todos já esperavam: vaias. Já o Sepultura mais que merece ser comentado, embora tenha começado já de noite e depois que o Glória já tinha começado sua apresentação, o Sepultura foi firme e forte no Sunset com o show.

A banda entrou no palco com a participação do grupo percussionista francês Les Tambours du Bronx que reforçou perfeitamente a bateria característica do Sepultura e fazendo o show ter mais presença para os fãs do metal de verdade que ficaram no palco Sunset ao invés de perder tempo no palco Mundo nessa hora. Sepultura animou muito mais o público de mais de 100.000 cabeças do Rock in Rio e ainda encerrou o show numa participação excepcional com Mike Patton do Faith No More na música Roots Bloody Roots. E, apesar do som dando problema, todos os shows do Sunset mereciam estar no palco Mundo no lugar do Glória.

E, agora, o que eu acho que foi a surpresa da noite pra muita gente, Coheed and Cambria. A banda que desde o anúncio no show tinha poucos fãs declarados deve ter ganhado milhares de novos ouvintes. O show começou tranquilo, obviamente com um repertório pouco conhecido de músicas autorais, porém o ponto mais alto e inesperado do show foi o cover de The Tropper do Iron Maiden, que chamou atenção de todos pela surpresa. Eu, particularmente, não tinha parado para ouvir as músicas mais agitadas da banda antes do festival, mas confesso que gostei da pegada e do talento deles e fica como recomendação aqui do blog.

Agora vamos pro começo das atrações principais da noite com Motorhead, a banda da lenda do rock Lemmy Kilmister subiu ao palco falando pouco e pondo o rock em prática. Entre seu repertório, músicas como Ace of Spades, Overkill, Going To Brazil e Killed By Death não podiam faltar, sendo as que mais animaram o público. Acho que tem alguma coisa nas músicas do Motorhead que incitam o espírito rock 'n' roll/ country rock e heavy metal em todos os ouvintes, só faltava um ambiente de bar e um bom duelo à mexicana.

O show foi até o final na mesma animação com que começou e, uma coisa é indiscutível, a presença forte e ameaçadora do Lemmy fazia com que todos parassem pra tentar ouvi-lo como exemplo foi Lemmy mandando 100.000 pessoas calarem a boca para ele falar. Barulheira com muito ritmo e talento, é um resumo do show deles, todos os integrantes deram aula lá em cima, não preciso nem focar no baterista Mikkey Dee né? Apesar de muitos não gostarem, não tem como negar o talento dos caras.

Com um pouco de descanso pro público, entra no palco Slipknot, uma das bandas mais esperadas da noite. O show começou num misto de efeitos de luz e remixes de vários sons, e já no começo com DJ indo perto e se jogando no público. Foi incrível ver o que as músicas da bandas causaram ao público, todos loucamente agitados, eufóricos, pulando, headbangeando e entrando em rodinhas. Como evidenciado no dia anterior, Corey Taylor tem uma presença de palco fodida e passava o show incitando a todos, sem contar o louco do Shawn Clown numa plataforma de +/- 3 metros onde os tambores se ergueram e giraram no palco.

E pra quem acha a banda é só gritaria e barulheira, músicas como Wait And Bleed, Before I Forget e Duality, entre outras, provam muito o contrário. Sinceramente falta palavras para descrever o show dos caras, foi um espetáculo regado a muita pancada, clássicos, luzes, pirotecnia e loucura. E falando em loucura, algo que não pode passar batido: O QUE FOI O PULO DE 4 METROS DO DJ STARSCREAM SOBRE A PLATÉIA!? Cena que ainda fica na minha cabeça junto de um momento de êxtase do show. Outra, a bateria giratória e reclinável do Joey (really?), o show foi uma covardia de tanto talento.

Mais uma prova da presença do Corey? Fazer o público do Rock in Rio quase todo sentar no chão no meio do show pra então pular todos juntos não é pra qualquer um! Vai tentar fazer isso com a sua banda ae. Uma coisa ele acertou, Duality ecoou na minha cabeça até o dia seguinte. E deixando todo o público destruído de tanto pular e bater cabeça sai a banda do palco com Corey agradecendo pelo show e cumprimentando seus colegas de banda.

E para terminar a noite/ começar o dia, sobe o Metallica, a grande banda do dia. Iniciando o show com uma música de fundo melancólica e enigmática, a banda já parte para pauleira Creeping Death onde um coro de "Die!" tomou a Cidade do Rock. E assim prosseguiram o show com mais clássicos For Whom The Bells Tolls e Fuel, pra finalmente James falar com o público numa declaração certíssima: "Temos aqui novos fãs, mas não é por isso que não podem ouvir as antigas", nisso entra Ride The Lightining finalizada em uma jam de Kirk.

Em um breve apagar de luzes, entra James com o violão para a intro de Fade To Black seguida de mais um bate-papo com uma tiradinha de James dizendo ser o melhor dia do festival (óbvio que todos concordam né). Lançando um bem carregado "estamos juntos?" seguiu-se o show com Cyanide e All Nightmare Long do Death Magnetic. Voltando aos clássicos vem Sad But True finalizada numa jam do baixista Trujillo seguida de Welcome Home (Sanitarium). Apresentando a banda entram na intrumental Orion, mostrando um talento gigantesco que nem precisava ser comentado ou provado a ninguém, ao final como homenagem à Cliff Burton.

Seguimos com um show de fogos, luzes e pequenas explosões para a entrada de One, tirando um coro de todo o público. E assim continua a animação da platéia com Master of Puppets, principlamente no coro de "master!", seguida por Blackened e mais uma jam de Kirk arrancando palmas da multidão pra só então acalmar os fãs com Nothing Else Matters numa execução de tirar lágrimas, e já emendando em Enter Sandman decorada com fogos para reanimar o povão e encerrar o setlist oficial em grande estilo.

Acha mesmo que acabou? A banda ficou uns minutos no escuro e não aguentou, tiveram que voltar pro bis, James não resistiu a tentação, então voltaram com o cover clássico Am I Evil? e como se não bastasse seguiram com Whiplash. Hora da trollagem de James, a platéia clamando por mais e ele atiçando ir embora, guardando a guitarra, mas volta em homenagem aos fãs sobre a luz de todo o festival no público tocando Seek and Destroy em uma chuva de bolas pretas, valendo até rodar o baixo no pescoço né Trujillo?

E assim termina o dia mais FODA do Rock in Rio, um dia que foi mais do que eu podia esperar. Na minha visão, Metallica e Slipknot iriam fazer grandes shows mas não esperava serem tão bons assim, especialmente a presença de palco do Slipknot. Deu pra compensar um pouco o fiasco do evento no sentido atrações para o resto dos dias, e espero que dia 2 reserve mais surpresas para o público.


Fotos: em breve
Crédito das fotos: em breve
Vídeos: http://www.youtube.com/user/StillinSteelBlog
Crédito dos vídeos: canais 1387Raffamusic, MrPLANI, dfrekovic, planetaatlantida1, ExplosaoFinal, juniortherma, AlvesLiveMetal e alexwpi.

Um comentário:

  1. Eu estava lá. Realmente o show do Angra teve MUITO problema. Estava na frente do palco, do lado direito, e toda hora via a Tarja apontando pros retornos. Aumentaram muito o som e algumas caixas de som do meu lado estouraram. Teve uma hora que o povo, num dos intervalos das músicas, começou a gritar pedindo pra arrumarem o som e arrumaram. Isolaram as caixas de som ruins e ficou tudo bem. No blog da Tarja ela disse que não ouvia o teclado nem as guitarras e foi isso que fez com que ela errasse a entrada da Wuthering Heights e desafinasse algumas vezes. Ela foi divina, mesmo sem retorno cantou maravilhosamente e eu fui uma das fãs que morreu de chorar de emoção lá na frente. Paguei 200 Reais só pra vê-la e não me arrependo nenhum segundo. =)

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