domingo, setembro 11, 2011

Legends Biography - Freddie Mercury Pt. II

Continuando em 1970, Mercury conheceu Mary Austin, antiga namorada, com quem viveu por anos e com quem assumiu sua orientação sexual (bissexual). Mary inspirou Freddie na música Love of My Life, dentre outras, de acordo com declaração do cantor e de seus companheiros de banda, sendo Mary acima de tudo o verdadeiro amor dele. Freddie e Mary se conheceram através do guitarrista Brian May, ela era gerente da butique Biba no bairro de Kensington.

Os dois começaram a namorar no ano seguinte, numa relação que durou até quase o final da década de 70, quando Freddie assumiu sua bissexualidade. Na segunda metade da década de 70, entretanto, o cantor teve um caso com um produtor americano da Elektra Records, que resultou no fim do relacionamento com Mary. Apesar disso, ela continuou sendo sua melhor amiga e pessoa de confiança (inclusive a casa de Freddie em Londres é dela hoje), Mercury ainda foi padrinho do filho mais velho de Mary, Richard.

Na primeira metade dos anos 80, ele esteve romanticamente envolvido com Barbara Valentin, uma atriz australiana que participou do vídeo de It's a Hard Life. Em 1985, Mercury teve outro relacionamento longo, dessa vez com o cabeleireiro Jim Hutton, com quem foi diagnosticado com HIV positivo em 1990. Hutton viveu com Mercury em seus seis últimos anos de vida, cuidando dele durante sua doença e estava presente ao lado da cama quando Mercury morreu. Hutton disse que Mercury morreu usando a aliança de casamento que deu a ele. Em 2010, Hutton morreu devido ao câncer.



Saindo do tópico "relacionamentos" e falando da personalidade de Mercury, por mais incrível que seja, ele foi um homem muito tímido e reservado, apenas nos palcos ele mostrava aquela personalidade extrovertida e extravagante. Ele não se sentia bem rodeado de pessoas, mesmo entrevistas foram poucas as concedidas. Mercury uma vez falou sobre si mesmo:

"Quando estou atuando eu sou extrovertido, mas por dentro ainda sou um homem completamente diferente."

No palco, Mercury se focava no amor da platéia, fato que ficou famoso na carta de suicídio de Kurt Cobain, que o admirava e invejava por conseguir tal ato.


Como cantor, a voz de natural de Mercury soava naturalmente como barítono, mas ele cantava a maioria de suas músicas como tenor. Sua extensão vai do Fá de baixo (Fá 2) ao Fá de soprano (Fá 6) e conseguia manter o Fá de tenor (Fá 5). E, apesar de tamanho talento, afirmou que não teve qualquer formação vocal. A soprano espanhola Montserrat Caballé, com quem Mercury gravou um álbum solo disse sobre seu talento:

"A diferença entre Freddie e quase todas as outras estrelas do rock era que eleestava vendendo a voz. Sua técnica foi surpreendente. Nenhum problema de tempo, ele cantou com um sentido de ritmo incisivo, sua colocação vocal foi muito boa e ele foi capaz de deslizar facilmente de um tom para outro. Ele também tinha um grande musicalidade. Seu fraseado foi sutil, delicado e doce ou enérgico e agitado. Ele foi capaz de encontrar o colorido certo ou a matiz expressiva para cada palavra." 

Como compositor, ele foi autor de muitos sucessos do Queen, como Bohemian Rhapsody, Somebody to Love, Love of My Life e We Are the Champions, grandes hinos do rock até os dias atuais. Só no álbum Greatest Hits ele escreveu 10 das 17 músicas.

O aspecto mais notável de suas composições era a abrangência de gêneros usados, que incluíam entre outros estilos, rockabilly, progressive rock, heavy metal, gospel e disco music. Em uma entrevista de 1986, Mercury explicou:

"Eu odeio fazer a mesma coisa de novo e de novo e de novo. Eu gosto de ver o que está acontecendo agora na música, cinema e teatro e incorporar todas essas coisas."

Comparado a muitos compositores populares, Mercury preferia escrever um material musicalmente complexo. Por exemplo, Bohemian Rhapsody tem estrutura acíclica e compreende um dúzia de acordes. Ele escreveu seis músicas para o álbum Queen II que possuem grande complexidade, Crazy Little Thing Called Love, por outro lado, contém apenas alguns poucos acordes. Apesar do fato de que muitas vezes ele escreveu harmonias muito complicadas, ele também alegou que mal sabia ler música.

Como instrumentista, ele começou com o piano logo na infância. Mais tarde aprendeu guitarra enquanto morava em Londres. Ele foi muitas vezes auto-depreciativo sobre suas próprias habilidades em ambos os instrumentos e, a partir início de 1980 começou a usar tecladistas convidados para o Queen e sua carreira solo. De mais notável, ele chamou Fred Mandel (um músico canadense que também trabalhou para Pink Floyd, Elton John e Supertramp) para seu primeiro projeto solo, e a partir de 1985 colaborou com Mike Moran (no estúdio) e Edney Spike (em conjunto), deixando a maioria do teclado trabalhado exclusivamente para eles.

Mercury tocava piano em muitas das canções mais populares do Queen, usou pianos em grandes concertos e, ocasionalmente, outros instrumentos de teclado, como o cravo, também fez uso freqüente de sintetizadores em estúdio. O guitarrista do Queen, Brian May, afirma que Mercury estava impressionado com suas próprias habilidades ao piano e só usou pouco o instrumento ao longo do tempo porque queria andar no palco e entreter o público. Em relação a guitarra, ele escreveu muitas linhas de músicas mas possuía apenas habilidades rudimentares sobre o instrumento.

Ao vivo, suas exibições eram lendárias, tornando-se imagem de marca da banda. A facilidade com que Freddie dominava as multidões e os seus improvisos vocais envolvendo o público no show tornaram as suas turnês um enorme sucesso na década de 1970 e principalmente (enchendo estádios de todo o mundo) nos anos 80. Ele mostrava um estilo altamente teatral que conquistava muitas participações do público. Um escritor da The Spectator o descreveu como "um artista capaz de provocar, chocar e, por fim, encantar sua audiência com várias versões extravagantes de si mesmo". David Bowie, que participou do Freddie Mercury Tribute Concert e gravou a música Under Pressure com o Queen, elogiou o estilo de Mercury dizendo:

"De todos os artistas de rock mais teatrais, Freddie levou isso mais longe do que o resto ... ele foi até as extremidades. E, claro, eu sempre admirei um homem que usa calças justas. Eu só o vi em concerto uma vez e como se costuma dizer,ele era definitivamente um homem que conseguia manter o público na palma da sua mão."

Uma das performances mais notáveis ​​de Mercury com o Quen ocorreu no Live Aid em 1985, onde o público do estádio inteiro de 72.000 pessoas aplaudiam, cantavam e balançavam em uníssono. O desempenho da band no evento já foi votado por um grupo de executivos da música como o maior performance ao vivo na história da música rock.


Mercury participou do musical Time, de David Clark. Aficcionado pelo balé, chegou a fazer uma apresentação beneficente, dançando Bohemian Rhapsody com o Royal Ballet de Londres, em 1979. Tanto o balé como a ópera foram elementos fundamentais no desenvolvimento de sua performance, e a verdade é que Freddie nunca deixou de se aperfeiçoar. Dizia o guitarrista Brian May que, mesmo quando Freddie já estava muito doente, "sua voz, miraculosamente, se tornava cada vez melhor".

Ao longo de sua carreira, Mercury realizou uma estimativa de 700 concertos em países ao redor do mundo com o Queen. A banda foi a primeira a tocar em estádios sul-americanos, quebrando recordes em todo o mundo no concerto no Estádio do Morumbi, em São Paulo em 1981. Em 1986, a banda também tocou para uma multidão de 80.000 em Budapeste, no que foi um dos maiores shows de rock já realizado na Europa Oriental . A performance final de Mercury ao vivo com o Queen foi em 9 de agosto de 1986 em Knebworth Park, Inglaterra, e atraiu um público estimado de 300 mil.

No visual de Freddie, há uma mudança que não deixa de ser notada: na era glam dos anos 70, o cabelo comprido, delineador preto, unhas pintadas, os maillotes de bailado e sapato de tacão alto eram moda, estes deram lugar a uma postura mais "macho": cabedal preto, chapéu de polícia, cabelo curto e meses mais tarde bigode, essa seria a sua imagem de marca na década de 1980.

Além de seu trabalho com o Queen, Mercury lançou dois álbuns solo e vários singles. Apesar de seu trabalho solo não foi tão bem sucedido comercialmente como a maioria dos álbuns de Queen, os dois álbuns e vários dos singles estrearam no top 10 das tabelas de álbuns no Reino Unido. O primeiro, Mr. Bad Guy (1985), é um álbum de pop-oriented, que enfatiza discoteca e música de dança. Já Barcelona (1988) foi gravado e executado com a cantora de ópera Montserrat Caballé combinando elementos da música popular e ópera, muitos críticos não tinham a certeza do que fazer com o álbum, um se refere a ele como "o CD mais bizarros do ano", e mesmo assim o álbum foi um sucesso comercial.

Entre 1981 e 1983, Mercury gravou também algumas faixas com Michael Jackson, incluindo uma demo de State of Shock, Victory e There Must Be More to Life Than This. Nenhuma dessas colaborações foram divulgados oficialmente, embora bootlegs existam. Jackson passou a gravar o single State of Shock com Mick Jagger para The Jacksons do álbum Victory, e Mercury incluiu a versão solo de There Must Be More To Life Than This em seu álbum Mr. Bad Guy.

Dia 24 de novembro de 1991, Freddie morreu em sua casa em Londres, de pneumonia que decorreria da Aids, um dia após ter declarado publicamente que estava com a doença.

Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...